Bebo geralmente um ou dois cálices no jantar. Sei que taças usar e a que temperatura servir. Não erro muito na hora de combinar com a comida. Em um ou outro caso sei até porque aquela uva se desenvolveu melhor naquele lugar. Sei fazer cara de sabedoria ao observar o líquido contra a luz, girar a taça para ver as lágrimas, incliná-la e conferir o “halo aquoso”, aspirar fundo. Consigo identificar alguns aromas e até alguns sabores. Engano um montão de gente: lá na empresa cabe a mim escolher o vinho nos jantares com clientes importantes. E o melhor é que dou sorte na escolha em 90% das vezes. Mas no fundo, no fundo, não passo de um grande curioso. Tenho que confessar.
O que conheço de vinho? Pouca coisa, uma colcha de retalhos composta por informações esporádicas que pincei aqui e ali. Nunca me preocupei em me aprofundar, aprender mais, ler um pouco. Na verdade, sempre tive preguiça. E medo. Medo de refinar demais o paladar, ficar exigente e começar a gastar uma pequena fortuna.
Mas agora, com o Amuse Bouche, a coisa muda. Como escrever um blog que fala de comida sem saber o básico sobre vinhos? Preciso de um mínimo de bagagem. Preciso conhecer um pouco mais.