Papo com o David hoje de manhã:
Eu: filho, bom dia. Que saudades. Ontem, quando papai chegou do trabalho você já estava dormindo…alguma novidade?
David: Pai, eu vou formar uma banda com meus amigos!
Eu: Uma banda ?!?!
David: É. Uma banda de rock. O Pedro vai ser o chefe, eu vou ser o líder (?!), a Sofia e a Maria Luisa vão ser do grupo.
Eu: Hummm…legal…e você vai tocar o quê?
David: Batera, é claro!
Eu: Ah…e os outros, vão tocar o quê?
David: Ah, não sei, isso a gente ainda vai decidir…
Fiquei me perguntando quão precoces estão as crianças de hoje. Fui criado ouvindo música de concerto (uns chamam de música clássica, outros de música erudita) desde o berço. Mesmo assim, aos 6 anos não me passava pela cabeça tocar algum instrumento. Muito menos formar uma banda. Fui pensar em música lá pelos 9, 10 anos. E resolvi formar uma banda somente aos 12: um violão de 12 cordas (eu), uma guitarra (o Léo “Curió”) e uma infinidade de pseudo-baixistas-tecladistas-bateristas que foram e voltaram. Queríamos tocar Emerson Lake & Palmer, Pink Floyd e Genesis. Gostávamos também de 14 bis, Roupa Nova, O Terço, Azymuth. Depois resolvi levar o violino a sério, entrei em orquestras e fui músico profissional dos 15 aos 22 anos. Com carteirinha da “Ordem dos Músicos” e tudo. Mas o importante mesmo é que eu tive uma “banda” quando era moleque. Por mais capenga que ela soasse, era uma banda. Precocidades à parte, quem nunca tocou um instrumento, teve uma banda ou pelo menos sonhou em ter uma, não viveu a vida por inteiro.