Meu pai é meu “assessor de imprensa”. Explico: toda semana ele aparece por aqui com recortes de jornal e revistas que acha importante eu ler. E assim fornece o meu “clipping”, pessoal e eclético, com notícias que vão da queda de John Neschling à crise mundial, passando, obviamente, por tudo que ele encontra a respeito da empresa em que trabalho e seus concorrentes.
Sexta feira passada recebi dele várias revistas, a maioria bem desinteressante. Passei o olho rapidamente pela papelada, descartei o que era inútil e guardei o pouco que sobrou para o fim de semana. A surpresa foi uma “Revista Gula” publicada há quase nove anos! Achei ótimo. Tenho esta mania de fuçar revistas antigas, quando as encontro. Gosto de relembrar os estilos de escrita, fotografia e comunicação visual. De comparar o conteúdo do passado com o da atualidade. Ver o que foi modismo, o que virou tendência e o que veio para ficar. Me diverti com a Gula número 98, edição de dezembro de 2000:
Daqui a uns dez anos quero encontrar outra velha revista que me conte: O que aconteceu com Ferran Adriá, Hervé This e sua gastronomia molecular? No que deu o esforço de Michael Pollan? Depois da linha de panelas Alex Atalla lançou também refirgeradores? O que se deu com a produção de vinhos no Brasil? A “ditadura” do estilo de Michel Rolland? Continuou? E os vinhos biodinâmicos?
Quem viver, lerá.