Rogério Moraes 27/08/2010 • 3 min
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E Chegamos!

Shanghai nos recebeu de forma calorosa. Literalmente. Temperatura de até 42°C e muita umidade nas últimas 3 semanas nos fizeram entender porque tudo aqui tem que ter ar condicionado. Em certos momentos, pensei estar em Dubai.

As primeiras impressões das crianças foram ótimas. Estão gostando, tentando verdadeiramente se adaptar, levando com bom humor os problemas de comunicação. Acham graça, com toda razão, de alguns hábitos chineses: geralmente bebês não usam fraldas por aqui. Ao invés disso, as calças são abertas atrás e os bumbuns ficam de fora (sim, o resto é exatamente o que você imaginou). Motocicletas e “eletric bikes” andam por todo lugar e nos primeiros dias David e Lucas competiam para ver qual dos dois conseguiria encontrar o maior número delas andando nas calçadas, quase atropelando os pedestres. No trânsito a maioria dirige como louco. Ambos apostam se no próximo táxi haverá um bom ou mau motorista. Outra coisa divertida é ver os chineses andando de pijama na rua. É comum por aqui sair para comprar alguma coisa perto de casa e ir de pijama. Significa que a pessoa está tranqüila, relaxada, num momento de lazer.

Mas o que mais lhes agradou foi o assédio! Chinês adora criança, principalmente estrangeira. Quando vamos a lugares de muito movimento é comum que gente de todo tipo – mulheres, adolescentes, velhinhos e até marmanjos – nos parem pedindo para tirar uma foto. David e Lucas atendem com gosto, fazem pose e adoram estes cinco minutos de fama e sucesso. Fomos comer lámien outro dia. Uma senhora simpatissíssima, numa mesa próxima à nossa, notando a dificuldade do Lucas com os palitinhos, veio sem a menor cerimônia, sentou-se conosco e começou a dar a comida na boca dele, ensinando-o como manejar direito os tais kuài e a “chupar” o macarrão.

A Gabi, pouco a pouco vai buscando entrar na rotina, tentando fazer a casa funcionar mesmo sem a mudança ter chegado. Dia destes deu uma vontade danada de tomar o “Café Pilão” que trouxemos na mala. Como o filtro e coador só chegarão daqui a uns 60 dias, improvisamos a parafernália abaixo com uma garrafa plástica vazia e dois pregadores de roupa. Incrível como as limitações nos tornam criativos!

Já descobrimos vários supermercados onde é possível achar produtos iguais ou similares aos que consumíamos no Brasil. Carne, temperos, frutas e legumes já não são problema. Ao contrário, alguns itens como pescado e crustáceos aparecem em muita quantidade e maior qualidade. O arroz também é muito melhor (óbvio). O que faz falta mesmo é vinho, chocolate, queijo e lácteos em geral.

Quanto a mim, totalmente mergulhado no trabalho, enfrentando uma crise que resolveu se instalar justo no momento da minha chegada aqui. É a pior que o setor em que trabalho jamais enfrentou nesta região – Fazendo do limão uma limonada, a situação tem me obrigado a aprender muito rápido e a buscar soluções que até então não imaginávamos. Um verdadeiro intensivo de China que vou encarando com a famosa paciência Chinesa aliada ao bom humor e otimismo brasileiros. Esta mistura vai funcionar, tenho certeza!

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