Por ficar fora do Brasil pelo menos uns 15 dias por mês, eu tento ser um “pai que participa”. Vou a festinhas de criança (aaaargh!), jogo bola com os moleques (quando o joelho permite), brinco de Lego, Jenga, Jogo da Memória. Dou banho, penteio o cabelo, ajudo na lição de casa. Nos fins de semana, faço ovo quente para o café da manhã. Agüento os Backyardigans, ouço o CD do High School Music, curto Charlie & Lolla. Acompanho também as mais bizarras partidas de futebol no PFC (do tipo Atlético de Itabaiana versus Cabofriense) junto com o David, já que ele tem um fanatismo por futebol que não consigo identificar entre meus genes. Reuniões de Pais e Professores? Procuro não perder. No último sábado, voltamos de uma delas trazendo um colega das crianças, o Cauê, para passar a tarde lá em casa. O pequeno é uma figura. Divirto-me com o jeitão descolado e seus comentários, inusitados para um menino de 6 anos. Na mesa do almoço, vi que ele estava com um anelão tipo dark-metal no dedo anular da mão esquerda. Resolvi implicar:
Eu: Cauê, tou vendo este anel aí na sua mão… não sabia que você era casado…
Cauê: Eu? Tá louco, tio?!?
Eu: É! Com esse anel aí acho que você casou com a Juliana.
Cauê: Viajou, tio. Aquela garota é a maior mala! Mas eu tenho uma namorada lá no condomínio.
Eu: Ah entendi… por isso você usa esse anelão. Você é casou com ela, né?
Cauê: Eu não!
Eu: Sei… mas se você for casar, me convida para o casamento?
Cauê (meio sério, meio debochado): bom… até convido, tio. Se você estiver vivo até lá…